Comecei meu texto trazendo uma fala que ouço muito em sala de aula. Para que eu preciso saber de oração subordinada substantiva objetiva direta?
“Fala sério, Prof!” E eu entendo a indagação de meus alunos enquanto resolvem tais exercícios. Para além do vestibular, alguns conteúdos ficarão obsoletos na mente dos estudantes. Eu mesma, depois do ensino médio, nunca precisei de Báskara. Sei da fórmula, mas não apliquei em nada. Também não me relacionei com esse universo após a escola. Se, no mundo de possibilidades profissionais, eu optasse por arquitetura, economia, engenharia, talvez eu usasse hoje.
Vamos à pergunta de milhões. Mas se eu vou esquecer, para que eu estou estudando? O objetivo de um estudo é memorizar todos os conteúdos? Cito Rubem Alves para acompanhar-me em pensamento. “A capacidade de pensar não é ter uma boa memória. (…) os idiotas podem ter memória muito boa”. Estudo não é memorização, estudar é construir formas de sintetizar a realidade do mundo que se transforma ao passo que a humanidade descobre algo novo.
Ao entender as estruturas linguísticas em análises de períodos compostos, posso depois de um tempo não saber diretamente os nomes das longas classificações aprendidas em processo de análise. Mas não se esquece da noção de subordinação.
A partir das reflexões espera-se que ao escrever um parágrafo, o indivíduo possa saber escrever um período composto e que tenha ciência da importância da sequência das idéias para a construção do sentido de seu discurso. O intuito do saber não está em memorizar, mas sim em ampliar as formas de pensar. Estuda-se pois o pensamento para ser elaborado precisa passar por processos complexos. Construir para desconstruir. Materializar aquilo que se apresenta abstrato, mas que na verdade é concreto e faz parte da gente, pensamento e linguagem.
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Escrito pela prô – Bruna Viana
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