Após assistir a série Sandman (NETFLIX 2022), inspirada na literatura de Neil Gaiman, fiquei mexida com o tema “sonhos”. Na mesma semana li um artigo de Krenak, ambientalista e filósofo contemporâneo, que declarava a necessidade de construirmos “Paraquedas coloridos”, enquanto nosso corpo nos limita, nossa mente pode nos libertar. Mas eu pergunto como então ampliar a mente do indivíduo que se limita em sua humanidade?
Segundo Krenak, precisamos construir novos pensamentos, novos sonhos. Dialogar e compartilhar nossas fantasias. Se os problemas atuais são consequência de nossas ações, as reflexões são caminhos para diminuir nossa limitação. Interiorizar e depois exteriorizar. Sonhar para pensar em outras realidades e se possível exteriorizar essa mudança na esperança de melhora coletiva.
Dentro do processo de materialização das coisas defender o que é imaterial é um ato de coragem. Para muitos acredita-se que o direito de sonhar está dado. É gratuito, basta fazê-lo. Para mim é um cultivo que demanda atenção.
Na série de Sandman, aprisionam o Sonho que na narrativa é personificado. E nessa circunstância o mundo sofre com guerras, doenças sem cura e tristeza. A mente das pessoas se encontram aprisionadas a uma realidade cruel, sem perspectiva. E trazendo essa visão para contemporaneidade, vejo reflexos da falta do cultivo de sonhos entre crianças, jovens e adultos desestimulados diante das dificuldades. Não construir um horizonte de possibilidades para si é viver sem sonho. É ter uma mente fechada para o inusitado, para o diferente.
O trabalho de textos literários diversos luta contra a possibilidade de perpetuação da ignorância, encandeia a limitação do pensamento. O homem vazio de sonho, de ação, de mudança, faz o quê? As narrativas literárias humanizam nossa forma de ver o outro, de respeitar as diferenças e nos liberta de nossas próprias ignorâncias.
A mente liberta tem claro para si a importância do sonhar. De conhecer narrativas, utopias, distopias. Culturas, práticas, ações humanas. São tantas as perdas que chegamos no patamar de defesa do óbvio para que isso não nos seja roubado.
O poder de sonhar, um direito do ser humano que deve ser cultivado sobretudo no ambiente escolar.
Escrito pela prô – Bruna Viana
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