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Aprendizagem Passiva x Aprendizagem Ativa

Há muito tempo se questiona a eficácia de modelos de ensino focados em conteúdo. 

A proposta da escola ser transmissora de conhecimento e os estudantes receptores das matérias organizadas por disciplinas, foi muito repensada e criticada por diversos estudiosos durante o século XX.

Pesquisadores do mundo inteiro já estudaram, pesquisaram e testaram diferentes metodologias de ensino a fim de compreender como a criança aprende, quais didáticas são mais e menos efetivas na aprendizagem, pois já questionavam o modelo passivo de educação.

Um deles foi o psiquiatra norte-americano William Glasser, que a partir dos estudos de Coner, desenvolveu uma estrutura que simboliza a efetividade da aprendizagem a partir de diferentes estímulos, como a leitura, escuta, pesquisas, entre outros.


Pirâmide de Aprendizagem

A Pirâmide composta por habilidades desenvolvidas e trabalhadas pelos alunos durante as aulas, traz a eficácia desses estímulos, por ações, da seguinte maneira:

Glasser acredita que exercícios como leitura, escrita e escuta, propostos de forma quase única no ensino tradicional, tal qual muitos de nós aprendemos, mobilizam poucas estruturas cerebrais, compondo aprendizagens passivas, com pouca ou nenhuma interação e trocas de conhecimentos. O professor fala, indica leituras, o aluno responde às perguntas prontas e, muitas vezes sem conexão com o mundo real e, ao estudante cabe apenas memorizar as informações para reproduzi-las em atividades e avaliações, que irão medir o aproveitamento dos alunos nas aulas. 

Por outro lado, quando o aluno deixa de, apenas absorver, para integrar, interagir e produzir conhecimentos a partir das informações coletadas em pesquisas, isto é, quando ele parte para uma ação ativa e é exigido maior estruturação do pensamento, reflexão e consequentemente, maior complexidade cerebral nos processos, há maior eficácia na aprendizagem.


 

A neurociência também valida essa afirmação, pois quando um aluno vai aprender algo novo, na aprendizagem ativa, o professor:

* Solicita que os estudantes comentem o que já sabem acerca do tema trabalhado: reforça memórias. 

* Contextualiza o tema com a vida real, trazendo significado para o assunto: o cérebro só memoriza o que considera importante. Informações pouco úteis são rapidamente esquecidas.

* Motiva os alunos a investigarem mais sobre o assunto, aprofundando seus conhecimentos: nesta etapa, as sinapses que acontecem no cérebro são reforçadas, pois eles terão de organizar novos dados e conectar informações para melhor compreensão.

* Estimula o debate e o compartilhamento de conhecimentos entre os estudantes, ampliando o repertório estudado, escutando diferentes pontos de vista sobre uma mesma temática: novamente novas sinapses acontecem e reforçam as existentes.

* Proporciona a produção dos alunos a partir de diversas experiências, estudos, debates, provocando o pensamento complexo, a elaboração de justificativas e sistematização das aprendizagens: aqui o estudante desenvolve as funções executivas (responsável pelo planejamento e organização).

Você sabia que a metodologia VIVA tem base na neurociência? – Leia mais!

Todas essas habilidades demandam mais estruturas cerebrais, que preparam o estudante para os desafios da vida, como dirigir, cozinhar, planejar uma viagem, elaborar um relatório, refletir criticamente acerca dos desafios, buscar por soluções de problemas e situações cotidianas aos quais somos expostos.

Portanto, a aprendizagem ativa está além da sala de aula, ela articula saberes necessários para a vida em sociedade e para o futuro de nossas crianças.

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